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Revolução Haitiana: entendendo os fatos

17 Abr 2023 - Categoria: Blog /
indenpendencia Haiti

A palavra Haiti tem origem na língua dos indígenas taínos e significa “terra de montanhas altas”. Foi lá que a Nau Santa Maria de Cristóvão Colombo encalhou durante sua primeira viagem ao Novo Mundo, vulgo as Américas, em 1492. Colombo batizou o local como “Ilha de Hispaniola” e estabeleceu um assentamento na costa norte.

A colonização espanhola trouxe muitas mudanças para a ilha, e para seus habitantes indígenas, incluindo a escravidão, a privação da cultura haitiana e a introdução de doenças europeias que dizimaram grande parte da população nativa. A primeira epidemia de varíola na América, inclusive, aconteceu na ilha, no ano de 1507.

Resumo

França e Espanha no Haiti: a divisão da ilha

No final do século XVI, a ilha servia apenas de entreposto para os espanhóis, que estavam concentrados em explorar as reservas de metais preciosos. Isso fez com que, com o tempo, a ilha de Hispaniola se tornasse uma concentração de piratas, onde a região mais conhecida pela pirataria era o Oeste de Hispaniola.

No século XVII, a presença espanhola no Haiti foi diminuindo gradualmente à medida que eles se concentravam em outras áreas da América Latina. Isso propiciou que os franceses assumissem o controle da ilha, trazendo com eles escravos africanos para trabalhar nas plantações de açúcar. Em 1659, a presença dos franceses oficializou-se como colônia e após a guerra dos 9 anos (1688-1697), a divisão da ilha foi formalizada através de tratados de paz. Desse modo, ficou definido que um terço ocidental seria para a França e os outros dois terços para a Espanha.

A truculenta colonização francesa

A colônia francesa era chamada de Saint-Domingue e conhecida, no séc. XVIII, como A Pérola das Antilhas. Tal nome era devido à grande lucratividade que rendia ao império francês.

Já no final do século XVIII, aproximadamente 40% do açúcar consumido na Europa era produzido e refinado no próprio Haiti. Todo o processo comercial do açúcar na Europa chegou a empregar 4% da população francesa.

A produção de açúcar no Haiti era altamente lucrativa para a França, que explorava o trabalho escravo para produzir açúcar em larga escala. Além do açúcar, a economia do Haiti também era baseada na produção de café e tabaco, entre outras culturas de exportação.

Todas essas culturas eram cultivadas principalmente por escravos africanos, que eram trazidos para o Haiti em grande número para trabalhar nas plantações. A produção de açúcar no Haiti foi uma das principais razões para a exploração brutal dos escravos e para a manutenção do sistema escravista na ilha.

A Revolução Haitiana, liderada por escravos e libertos negros e mulatos, foi uma luta contra a opressão colonial e a exploração dos trabalhadores escravos, que finalmente levou à independência do Haiti em 1804.

Independência do Haiti: uma história guiada pelo general negro Toussaint Louverture

A independência do Haiti foi uma luta longa e difícil liderada por Toussaint Louverture, um general negro que se tornou um dos principais líderes da Revolução Haitiana.

Toussaint Louverture nasceu em 1743 na colônia francesa de Saint-Domingue. Louverture era um escravo, mas conseguiu aprender a ler e escrever, tornando-se um dos mais bem-sucedidos produtores de açúcar da colônia.

Toussaint Louverture é considerado um herói nacional no Haiti e um símbolo de resistência e luta pela independência. Ele liderou o exército revolucionário na luta contra as forças coloniais francesas e, em 1801, ele havia estabelecido o controle sobre a maior parte da ilha.

Ele foi uma figura importante na luta contra a escravidão e na formação do Haiti como o primeiro país independente da América Latina e do Caribe. Sua história, como um dos líderes da independência do Haiti, inspirou muitos movimentos de libertação em todo o mundo.

Haiti: o primeiro país liderado por negros a conquistar sua independência

A independência do Haiti é um dos episódios mais marcantes da história do país e da América Latina. A revolução que levou à independência do Haiti foi liderada por escravos negros que se rebelaram contra seus colonizadores franceses.

Em 1791, uma revolta de escravos começou no norte da ilha, liderada por Toussaint Louverture. Os escravos se juntaram a outros grupos insatisfeitos, como os mulatos e os camponeses, e conseguiram tomar o controle de grande parte do território haitiano.

Em 1801, Toussaint Louverture aboliu a escravidão em Saint-Domingue e estabeleceu um governo autônomo no Haiti, declarando-se governador vitalício da ilha. Entretanto, em 25 de agosto de 1802, Louverture foi preso e enviado para a França, onde morreu no Fort de Joux, em 1803.

Revolta haitiana segue sob a liderança de Jean-Jacques Dessalines

Após a captura e deportação de Toussaint Louverture para a França em 1802, a luta pela independência do Haiti continuou sob o comando de Jean-Jacques Dessalines, outro líder revolucionário haitiano.

Dessalines havia sido um dos principais aliados de Toussaint Louverture na Revolução Haitiana e, em outubro de 1802, armou um motim para impedir a restauração da escravidão nas outras colônias francesas, que já estava acontecendo.

Após diversas batalhas truculentas, Dessalines vence os franceses na batalha conhecida como Batalha de Vertieres e expulsa os franceses da ilha definitivamente.

Em 1º de janeiro de 1804, Dessalines declarou oficialmente a independência do Haiti, proclamando o país como uma nação livre e soberana. Nesse sentido, o Haiti se tornou a primeira república negra do mundo e a primeira nação independente da América Latina e do Caribe.

A repercussão da Revolução Haitiana

A independência do Haiti foi um evento histórico significativo, não só porque foi o primeiro país liderado por negros a conquistar sua independência, mas também porque inspirou movimentos de independência e lutas contra a escravidão em outras partes da América Latina.

Um grande impacto da independência do Haiti foi a influência direta no movimento abolicionista nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, ajudando a estabelecer a ideia de que a escravidão era uma violação dos direitos humanos e deveria ser abolida em todo o mundo.

Haiti pós-independência

Após a independência do Haiti em 1804, o país enfrentou vários desafios em sua tentativa de se estabelecer como uma nação independente. Entre os principais problemas estavam a devastação econômica causada pela guerra e a necessidade de reconstruir a infraestrutura do país, bem como a necessidade de estabelecer um governo estável e efetivo.

Um dos primeiros passos do Haiti como nação independente foi o estabelecimento de uma constituição em 1805, que definiu o Haiti como uma república soberana, mas também estabeleceu o sistema de poder centralizado sob um único líder.

A economia do Haiti também sofreu após a independência, devido à destruição causada pela guerra e à perda de investimentos estrangeiros. Além disso, o Haiti foi forçado a pagar indenizações à França em troca de reconhecimento diplomático, o que deixou o país em dívida por muitos anos.

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